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CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
PRIMEIRA PARTE - SEGUNDA SEÇÃO:
A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
OS SÍMBOLOS DA FÉ
CAPITULO III - ARTIGO 9 - PARÁGRAFO 4
OS FIÉIS DE CRISTO - HIERARQUIA, LEIGOS, VIDA CONSAGRADA
871 "Fiéis são os que, incorporados a Cristo pelo Batismo, foram constituídos em povo
1268-1269 de Deus e, assim, feitos participantes, a seus modo, do múnus sacerdotal, profético
e régio de Cristo, são chamados a exercer, seguindo a condição própria de cada um,
782-786 a missão que Deus confiou para a Igreja cumprir no mundo
."
872 "Entre todos os fiéis de Cristo, por sua regeneração em Cristo, vigora, no que se
1934 refere à dignidade e à atividade, uma verdadeira igualdade, pela qual todos, segundo
794 a condição e os múnus próprios de cada um, cooperam na construção do Corpo
de
Cristo. "
873 As próprias diferenças que o Senhor quis estabelecer entre os membros de seu Corpo
814,1937
servem à sua unidade e à sua missão. Pois, embora "exista na Igreja diversidade
de serviços, há unidade de missão. Cristo confiou aos apóstolos e a seus
sucessores o múnus de ensinar, de santificar e de governar em seu nome e por seu
poder. Os leigos, por sua vez, participantes do múnus sacerdotal, profético e
régio de Cristo, compartilham a missão de todo o povo de Deus na Igreja e no
mundo
".
Finalmente, "em ambas as categorias [hierarquia e leigos] há fiéis que, pela
profissão dos conselhos evangélicos, se consagram, em seu modo especial, a Deus
e servem à missão salvífica da Igreja; seu estado, embora não faça parte da
estrutura hierárquica da Igreja, pertence, não obstante, à sua vida e
santidade
".
I. A constituição hierárquica da Igreja
POR QUE Q MINISTÉRIO ECLESIAL?
874 O próprio Cristo é a fonte do ministério na Igreja. Instituiu-a, deu-lhe autoridade e
1544 missão, orientação e finalidade:
Para apascentar e aumentar sempre o Povo de Deus, Cristo Senhor
instituiu em sua Igreja uma variedade de ministérios que tendem ao bem de todo o
Corpo. Pois os ministros que são revestidos do sagrado poder servem a seus
irmãos para que todos os que formam o Povo de Deus... cheguem à salvação
.
875 "Como poderiam crer naquele que não ouviram? E como poderiam ouvir sem pregador? E como podem pregar se não forem enviados?" (Rm 10,14-15). Ninguém,
166 nenhum indivíduo, nenhuma comunidade pode anunciar a si mesmo o Evangelho. "A fé vem da pregação" (Rm 10,17). Ninguém pode dar a si mesmo o mandato e a missão de anunciar o Evangelho. O enviado do Senhor fala e age não por autoridade própria, mas em virtude da autoridade de Cristo; não como membro da comunidade, mas falando a ela em nome de Cristo. Ninguém pode conferir a si mesmo a graça; ela precisa ser dada e oferecida. Isto supõe ministros da graça autorizados e habilitados da parte de
1548 Cristo. Dele, os bispos e os presbíteros recebem a missão e a faculdade (o "poder sagrado") de agir "na pessoa de Cristo-Cabeça", os diáconos, a força de servir o Povo de Deus na "diaconia" da liturgia, da palavra e da caridade, em comunhão com o bispo e seu presbitério. A tradição da Igreja chama de "sacramento" este ministério, pelo qual os enviados de Cristo fazem e dão, por dom de Deus, o que não
1536 podem fazer nem dar por si mesmos. O ministério da Igreja é conferido por um sacramento específico.
876 Intrinsecamente ligado à natureza sacramental do ministério eclesial está o seu
1551
caráter de serviço. Com efeito, inteiramente dependentes de Cristo, que dá
missão e autoridade, os ministros são verdadeiramente "servos de Cristo
",
a imagem de Cristo que assumiu livremente por nós "a forma de servo" (Fl 2,7).
Já que a palavra
427
e a graça de que são ministros não são deles, mas de Cristo,
que lhas confiou aos outros, eles se farão livremente servos de todos
.
877 Igualmente, é da natureza sacramental do ministério eclesial que exista um caráter
1559
colegial. Efetivamente, desde o início de seu ministério o Senhor Jesus
instituiu os Doze, "os germes do Novo Israel e ao mesmo tempo a origem da
sagrada hierarquia
.
Escolhidos conjuntamente, são também enviados conjuntamente, e sua união
fraterna estará a serviço da comunhão fraterna de todos os fiéis; esta união
será como um reflexo e um testemunho da comunhão das pessoas divinas
.
Por isso, todo bispo exerce seu ministério dentro do colégio episcopal, em
comunhão com o Bispo de Roma, sucessor de São Pedro e chefe do colégio; os
presbíteros exercem seu ministério dentro do presbitério da diocese, sob a
direção de seu Bispo.
878
Finalmente, é da natureza sacramental do ministério eclesial que haja um caráter
pessoal. Se os ministros de Cristo agem em comunhão, agem também sempre de
maneira pessoal. Cada um é chamado pessoalmente - "Tu, segue-me (Jo
21,22
) - para ser, na
missão comum, testemunha pessoal, assumindo pessoalmente a
1484 responsabilidade diante daquele que dá a missão, agindo "em sua pessoa" e em favor de pessoas: "Eu te batizo em nome do Pai... "Eu te perdôo...”.
879 O ministério sacramental na Igreja é um serviço exercido em nome de Cristo, que tem caráter pessoal e forma colegial. Isto verifica-se nos vínculos entre o colégio episcopal e seu chefe, o sucessor de Pedro, e na relação entre a responsabilidade pastoral do Bispo por sua Igreja particular e a solicitude comum do colégio episcopal pela Igreja Universal.
O COLÉGIO EPISCOPAL E SEU CHEFE, O PAPA
880 Cristo, ao instituir os Doze, "instituiu-os à maneira de colégio ou grupo estável, ao
552,862 qual propôs Pedro, escolhido dentre eles
."
Assim como, por disposição do Senhor, São Pedro e os outros apóstolos constituem
um único colégio apostólico, de modo semelhante o Romano Pontífice, sucessor de
Pedro, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos, estão unidos entre si
.
881 Somente Simão, a quem deu o nome de Pedro, o Senhor constituiu em pedra de sua
553
Igreja. Entregou-lhe as chaves da mesma
,
instituiu-o pastor de todo o rebanho
. Porém, o múnus de ligar e desligar, que foi dado a Pedro, consta que também foi
dado ao colégio dos apóstolos, unido a seu chefe
."
Este oficio pastoral de Pedro e dos
642 outros Apóstolos faz parte dos fundamentos da Igreja e é continuado pelos Bispos sob o primado do Papa.
882 O Papa, Bispo de Roma e sucessor de São Pedro, "é o perpétuo e visível princípio e
834,1369
fundamento da unidade, quer dos Bispos, quer da multidão dos fiéis
"
"Com efeito,
837 o Pontífice Romano, em virtude de seu múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de
toda a Igreja, possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. E
ele pode exercer sempre livremente este seu
poder
.
883
"O
colégio ou corpo episcopal não tem autoridade se nele não se considerar
incluído, como chefe, o Romano Pontífice." Como tal, este colégio é "também ele
detentor do poder supremo e pleno sobre a Igreja inteira. Todavia, este poder
não pode ser exercido senão com o consentimento do Romano Pontífice
.
884
"O
colégio dos Bispos exerce o poder sobre a Igreja inteira, de forma solene, no
Concílio Ecumênico
."
Não pode haver Concílio Ecumênico que, como tal, não seja aprovado ou ao menos
reconhecido pelo sucessor de Pedro
."
885
"Enquanto composto de muitos, este Colégio exprime a variedade e a
universalidade do povo de Deus e, enquanto unido sob um só chefe, exprime a
unidade do rebanho de Cristo
.
886 "Os Bispos individualmente são o visível princípio e fundamento da unidade em suas
1560,833
Igrejas particulares
." Nesta qualidade, "exercem sua autoridade pastoral sobre a porção do povo de
Deus que lhes foi confiada
"
assistidos pelos presbíteros c pelos diáconos. Todavia, como membros do colégio
episcopal, cada um deles participa da
2448 solicitude por todas as Igrejas
,
solicitude esta que exercem primeiramente "governando bem sua própria Igreja
como uma porção da Igreja universal", contribuindo, assim, "para o bem de todo o
Corpo Místico, que é também o Corpo das Igrejas
".
Esta solicitude estender-se-á particularmente aos pobres
,
aos perseguidos por causa da fé, assim como aos missionários que atuam em toda a
terra.
887
As
Igrejas particulares vizinhas e de cultura homogênea formam províncias
eclesiásticas ou conjuntos mais amplos, denominados patriarcados ou regiões
. Os
Bispos desses conjuntos podem reunir-se em sínodos ou em concílios provinciais.
"Da mesma forma, as Conferências Episcopais podem hoje em dia, contribuir de
forma múltipla e fecunda para que o espírito colegial se realize
concretamente
."
85-87,2032-2040 O MÚNUS DE ENSINAR
888 Os Bispos, junto com os presbíteros, seus cooperadores, “têm como primeira tarefa
2068
anunciar o Evangelho de Deus a todos homens
,
segundo a ordem do Senhor
.
São "os arautos da fé, que levam a Cristo novos discípulos, os doutores
autênticos" da fé apostólica, "providos da autoridade de Cristo
".
889 Para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos apóstolos, Cristo quis conferir
92
à sua Igreja uma participação em sua própria infalibilidade, ele que é
a Verdade. Pelo "sentido sobrenatural da fé", o Povo de Deus "se atém indefectivelmente à fé", sob a guia do Magistério vivo da Igreja
.
890 A missão do Magistério está ligada ao caráter definitivo da Aliança instaurada por
851 Deus em Cristo com seu Povo; deve protegê-lo dos desvios e dos afrouxamentos e garantir-lhe a possibilidade objetiva de professar sem erro a fé autêntica. O ofício pastoral do Magistério está, assim, ordenado ao cuidado para que o Povo de Deus
1785 permaneça na verdade que liberta. Para executar este serviço, Cristo dotou os pastores do carisma de infalibilidade em matéria de fé e de costumes. O exercício deste carisma pode assumir várias modalidades.
891
"Goza
desta infalibilidade o Pontífice Romano, chefe do colégio dos Bispos, por força
de seu cargo quando, na qualidade de pastor e doutor supremo de todos os fiéis e
encarregado de confirmar seus irmãos na fé, proclama, por um ato definitivo, um
ponto de doutrina que concerne à fé ou aos costumes... A infalibilidade
prometida à Igreja reside também no corpo episcopal quando este exerce seu
magistério supremo em união com o sucessor de Pedro", sobretudo em um Concílio
Ecumênico
.
Quando, por seu Magistério supremo, a Igreja propõe alguma coisa "a crer como
sendo revelada por Deus
"
como ensinamento de Cristo, "é preciso aderir na obediência da fé a tais
definições
.
Esta infalibilidade tem a mesma extensão que o próprio depósito da Revelação
divina
.
892
A
assistência divina é também dada aos sucessores dos apóstolos, ao ensinarem em
comunhão com o sucessor de Pedro e, de modo particular, com o Bispo de Roma,
Pastor de tida a Igreja, quando, mesmo sem chegar a uma definição infalível e
sem se pronunciar de "forma definitiva", propõem no exercício do magistério
ordinário um ensinamento que leva a uma compreensão melhor da Revelação em
matéria de fé e de costumes. A este ensinamento ordinário os fiéis devem
"ater-se com religioso obséquio do espírito" [eique religioso obsequio adhaerere
debent] qual, embora se distinga do assentimento da fé, o prolonga.
O MÚNUS DE SANTIFICAR
893 O Bispo tem, também, "a responsabilidade de ministrar a graça do sacerdócio
1561
supremo
"
em particular na Eucaristia, que ele mesmo oferece ou da qual garante a oblação
pelos presbíteros, seus cooperadores. Pois a Eucaristia é o centro da vida da
Igreja particular. O Bispo e os presbíteros santificam a Igreja por sua oração e
seu trabalho, pelo ministério da palavra e dos sacramentos. Santificam-na por
seu exemplo, "não agindo como senhores daqueles que vos couberam por sorte, mas,
antes, como modelos do rebanho" (1 Pd 5,3). É assim que "chegam, com o rebanho
que lhes está confiado, à vida eterna
".
O MÚNUS DE REGER
894 "Os Bispos dirigem suas Igrejas particulares como vigários e delegados de Cristo com conselhos, exortações e exemplos, mas também com autoridade e com poder
801
sagrado
",
o qual, porém, devem exercer para edificar, no espírito de serviço
que
caracteriza o de seu Mestre
.
895 "Este poder, que exercem pessoalmente em nome de Cristo, é um poder próprio,
1558
ordinário
e imediato; em seu exercício, porém, está submetido à regulamentação última da
autoridade suprema da Igreja
.”
Todavia, não se devem considerar. Os Bispos como vigários do Papa, cuja
autoridade ordinária e imediata sobre toda a Igreja não anula, ao contrário,
confirma e defende a deles. Esta deve ser exercida em comunhão com toda a
Igreja, sob a condução do Papa.
896 O Bom Pastor será o modelo e a "forma" do múnus pastoral do bispo. Consciente de
1550 suas
fraquezas, "o Bispo pode compadecer-se dos ignorantes e extraviados. Não se
negue, pois, a atender aos súditos, amando-os como verdadeiros filhos e
exortando-os para que alegremente colaborem com ele... Por sua vez, os fiéis
devem estar unidos a seu Bispo como a Igreja a Jesus Cristo, e Jesus Cristo ao
Pai
".
Segui todos o Bispo, como Jesus Cristo [segue] seu Pai, e o
presbitério como aos apóstolos; quanto aos diáconos, respeitai-os como a lei de
Deus. Que ninguém faça sem o Bispo nada do que diz respeito à Igreja
.
II. Os fiéis leigos
897 "Sob o nome de leigos entendem-se aqui todos os cristãos, exceto os membros das
873
Sagradas Ordens ou do estado religioso reconhecido na Igreja, isto é, os fiéis
que, incorporados a Cristo pelo Batismo, constituídos em Povo de Deus e a seu
modo feitos participantes da função sacerdotal, profética e régia de Cristo,
exercem, em seu âmbito, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no mundo
."
A VOCAÇÃO DOS LEIGOS
898 "É especifico dos leigos, por sua própria vocação, procurar o Reino de Deus
2105 exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus... A eles, portanto,
cabe de maneira especial iluminar e ordenar de tal modo todas as coisas temporais,
as quais estão intimamente unidos, que elas continuamente se façam e cresçam
segundo Cristo e contribuam para o louvor do Criador e Redentor
."
899 A iniciativa dos cristãos leigos é particularmente necessária quando se trata de
2442 descobrir, de inventar meios para impregnar as realidades sociais, políticas e econômicas com as exigências da doutrina e da vida cristãs. Esta iniciativa é um elemento normal da vida da Igreja.
Os fiéis leigos estio na linha mais avançada da vida da Igreja:
graças a eles a Igreja é o princípio vital da sociedade humana. Por isso,
especialmente eles devem ter uma consciência sempre mais clara não somente de
pertencerem à Igreja, mas de serem Igreja, isto é, a comunidade dos fiéis na
terra sob a direção do Chefe comum, o Papa, e dos Bispos em comunhão com ele.
Eles são a Igreja
.
900 Uma vez que, como todos os fiéis, os leigos são encarregados por Deus do apostolado
863
em virtude do Batismo e da Confirmação, eles têm a obrigação e gozam do direito,
individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem
divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a
terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente
por meio deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas
comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que sem ela o apostolado
dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito
.
A PARTICIPAÇÃO DOS LEIGOS NO MÚNUS SACERDOTAL DE CRISTO
901 "Os leigos, em virtude de sua consagração a Cristo e da unção do Espírito
784,1268 Santo, recebem a vocação admirável e os meios que permitem ao Espírito produzir neles frutos sempre mais abundantes. Assim, todas as suas obras, preces e iniciativas apostólicas, vida conjugal e familiar, trabalho cotidiano, descanso do corpo e da alma, se praticados no Espírito, e mesmo as provações da vida, pacientemente suportadas, se tornam 'hóstias espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo' (l Pd 2,5), hóstias que são piedosamente oferecidas ao Pai com a oblação do Senhor na celebração da
358
Eucaristia. É assim que os leigos consagram a Deus o
próprio mundo, prestando a Ele, em toda parte, na santidade de sua vida, um
culto de adoração
."
902
De
maneira especial, os pais participam do múnus de santificação "quando levam uma
vida conjugal com espírito cristão e velando pela educação cristã dos filhos
".
903 Se tiverem as qualidades exigidas os leigos podem ser admitidos de maneira estável aos ministérios'
1143
de leitores e de acólitos
.
"Onde a necessidade da Igreja o aconselhar, podem também os leigos,
na falta de
ministros mesmo não sendo leitores ou acólitos, suprir alguns de seus ofícios a
saber exercer o ministério da palavra, presidir às orações litúrgicas
administrar o Batismo e distribuir a sagrada Comunhão de acordo com as
prescrições do direito
."
SUA PARTICIPAÇÃO NO MÚNUS PROFÉTICO DE CRISTO
904 "Cristo... exerce seu múnus profético não somente por meio da hierarquia... mas
785,92
também por meio dos leigos, fazendo deles testemunhas e provendo-os do senso da
fé e da graça da palavra"
:
Ensinar alguém para levá-lo à fé é a tarefa de cada pregador e até
de cada crente
.
905 Os leigos exercem sua missão profética também pela evangelização, "isto é, o
2044
anúncio de Cristo feito pelo testemunho da vida e pela palavra". Nos leigos,
"esta evangelização... adquire características específicas e eficácia peculiar
pelo fato de se realizar nas condições comuns do século"
:
2472 Este apostolado não consiste apenas no testemunho da vida: o verdadeiro Apóstolo procura
as ocasiões para anunciar Cristo pela palavra, seja
aos descrentes... seja aos fiéis
.
906 Os leigos que forem capazes e que se formarem para isto podem também dar sua colaboração
2495
na formação catequética
,
no ensino das ciências sagradas
e
atuar nos meios de comunicação
907 "De acordo com a ciência, a competência e o prestígio de que gozam, têm o direito e, às vezes, até o dever de manifestar aos pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja e, ressalvando a
integridade da fé e dos
costumes e a reverência para com os pastores, e levando em conta a utilidade
comum e a dignidade das pessoas, dêem a conhecer essa sua opinião também aos
outros fiéis
.
SUA PARTICIPAÇÃO NO MÚNUS RÉGIO DE CRISTO
908
Por
sua obediência até a morte
,
Cristo comunicou a seus discípulos o dom da
786
liberdade régia, "para que vençam em
si mesmos o reino do pecado, por meio de sua abnegação e vida santa
”:
Aquele que submete seu próprio corpo e governa sua alma, sem
deixar-se submergir pelas paixões, é seu próprio senhor (é dono de si mesmo):
pode ser chamado rei porque é capaz de reger sua própria pessoa; é livre e
independente e não se deixa aprisionar por uma escravidão culposa
".
909 Além disso, com forças conjugadas, que os leigos sanem as instituições e condições
1887
do mundo, caso estas incitem ao pecado. E isto de tal modo que todas essas coisas
se conforme com as normas da justiça e, em vez de a elas se opor, antes
favoreçam o exercício das virtudes. Agindo dessa forma impregnarão de valor
moral a cultura e as obras humanas
."
910 Os leigos podem também sentir-se chamados ou vir a ser chamados para colaborar
com os próprios pastores no serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e a
799 vida da mesma, exercendo ministérios bem diversificados, segundo a graça e os
carismas que o Senhor quiser depositar neles
."
911
Na
Igreja, "os fiéis leigos podem cooperar juridicamente no exercício do poder de
governo
"
Isto se diz de sua presença nos concílios particulares
,
nos sínodos diocesanos
nos
conselhos pastorais
;
do exercício do encargo pastoral de uma paróquia
;
da colaboração nos conselhos de assuntos econômicos
;
da participação nos tribunais eclesiásticos
etc.
912 Os fiéis devem "distinguir acuradamente entre os direitos e os deveres que lhes
2245
incumbem enquanto membros da Igreja e os que lhes competem enquanto membros da
sociedade humana. Procurarão conciliar ambos harmonicamente entre si, lembrados
de que em qualquer situação temporal devem conduzir-se pela consciência cristã,
uma vez que nenhuma atividade humana, nem mesmo nas coisas temporais, pode ser
subtraída ao domínio de Deus
".
913
"Assim, todo leigo, em virtude dos dons que lhe foram conferidos, é ao mesmo
tempo testemunha e instrumento vivo da própria missão da Igreja “pela medida do
dom de Cristo" (Ef
4,7
).
III. A vida consagrada
914 "O estado de vida constituído pela profissão dos conselhos evangélicos, embora não
2103 pertença à estrutura hierárquica da Igreja, está, contudo, firmemente relacionado
com sua vida e santidade
."
CONSELHOS EVANGÉLICOS, VIDA CONSAGRADA
915 Os conselhos evangélicos, em sua multiplicidade, são propostos a todo discípulo de
1973-1974 Cristo. A perfeição da caridade à qual todos os fiéis são chamados comporta para os
que assumem livremente o chamado à vida consagrada a obrigação de praticar,
a
castidade no celibato pelo Reino, a pobreza e a obediência. E a profissão desses
conselhos em um estado de vida estável reconhecido pela Igreja que caracteriza a
"vida consagrada "
a Deus
.
916 O estado da vida consagrada aparece, portanto, como uma das maneiras de conhecer
2687
uma consagração "mais íntima", que se radica no Batismo e se dedica totalmente a
Deus
.
Na vida consagrada, os fiéis de Cristo se propõem, sob a moção do Espírito
Santo, seguir a Cristo mais de perto, doar-se a Deus amado acima de tudo e,
933
procurando alcançar a perfeição da caridade a serviço do Reino, significar e
anunciar na Igreja a glória do mundo futuro
.
UMA GRANDE ÁRVORE, DE MÚLTIPLOS RAMOS
917 Disso resultou que, como numa árvore frondosa e admiravelmente variegada na
2684 seara do Senhor - e isto em virtude do germe divinamente plantado -, floresceram
as
diversas modalidades da vida solitária ou comum, assim como as várias famílias
quais vão aumentando tanto para proveito dos próprios membros quanto para o bem
de todo o Corpo de Cristo
."
918
"Desde
os primórdios da Igreja existiram homens e mulheres que se propuseram, pela
prática dos conselhos evangélicos, seguir a Cristo com maior liberdade e
imitá-lo mais de perto, e levaram, cada qual a seu modo, uma vida consagrada a
Deus. Dentre eles, muitos, por inspiração do Espírito Santo, ou passaram a vida
na solidão ou fundaram famílias religiosas, que a Igreja, de boa vontade,
recebeu e aprovou com sua autoridade
."
919
Os
Bispos hão de empenhar-se sempre em discernir os novos dons de vida consagrada
confiados pelo Espírito Santo à sua Igreja; a aprovação de novas formas de vida
consagrada é reservada à Sé Apostólica
.
A VIDA EREMÍTICA
920
Embora
nem sempre professem publicamente os três conselhos evangélicos, os eremitas,
"por uma separação mais rígida do mundo, pelo silêncio da solidão, pela assídua
oração e penitência, consagram a vida ao louvor de Deus e à salvação do mundo
.
921 Os eremitas mostram a cada um este aspecto interior do mistério da Igreja, que é a
2719 intimidade pessoal com Cristo. Escondida aos olhos dos homens, a vida do eremita é
2015 pregação silenciosa daquele ao qual entregou sua vida, pois é tudo para Ele. É um chamado peculiar a encontrar no deserto, precisamente no combate espiritual, a glória do Crucificado.
AS VIRGENS E AS VIÚVAS CONSAGRADAS
922
Desde
os tempos apostólicos, virgens
e
viúvas cristãs
,
chamadas pelo Senhor a
1618-1620 apegar-se a Ele sem partilha em uma liberdade maior de coração, de corpo e de espírito, tomaram a decisão, aprovada pela Igreja, de viver respectivamente no estado de virgindade ou de castidade perpétua "por causa do Reino dos Céus" (Mt 19,12).
923 "Emitindo o santo propósito de seguir a Cristo mais de perto, [as Virgens] são
1537 consagradas a Deus pelo Bispo diocesano segundo o rito litúrgico aprovado, misticamente desposadas com Cristo, Filho de Deus, e dedicadas ao serviço da Igreja
1672
."
Por este rito solene ("Consecratio virginum"), "a virgem é constituída pessoa
consagrada, sinal transcendente do amor da Igreja a Cristo, imagem escatológica
desta Esposa do Céu e da vida futura
".
924
"Acrescentada às outras formas de vida consagrada
",
a ordem das virgens constitui a mulher que vive no mundo (ou a monja) na oração,
na penitência, no serviço a seus irmãos e no trabalho apostólico, conforme o
estado e os carismas respectivos oferecidos a cada uma
.
As virgens consagradas podem associar-se para guardar mais fielmente seus
propósitos
.
A VIDA RELIGIOSA
925
Nascida no Oriente nos primeiros séculos do cristianismo
e
vivida nos institutos
canonicamente erigidos pela Igreja
,
a vida religiosa se distingue das outras
1672 modalidades de vida consagrada pelo aspecto cultual, pela profissão pública dos
conselhos evangélicos, pela vida fraterna levada em comum, pelo testemunho
da união de Cristo com a Igreja
.
926 A vida religiosa faz parte do mistério da Igreja. É um dom que a Igreja recebe de seu Senhor e que oferece como um estado de vida permanente ao fiel chamado por
Deus na profissão dos conselhos. Assim, a Igreja pode ao mesmo tempo manifestar o
796 Cristo e reconhecer-se como esposa do Salvador. A vida religiosa é convidada a
significar, em suas variadas formas, a própria caridade de Deus, em linguagem de nossa época.
927
Todos
os religiosos, isentos ou não
,
são contados entre os cooperadores do
854
Bispo diocesano em
seu ministério pastoral
.
A implantação e a expansão
missionária da Igreja exigiram a presença da vida
religiosa sob todas as suas formas desde os inícios da evangelização
.
"A história atesta os grandes méritos das famílias religiosas na propagação da
fé e na formação de novas Igrejas, desde as antigas instituições monásticas e as
ordens medievais até as congregações modernas
."
OS INSTITUTOS SECULARES"
928
Instituto secular é um instituto de vida consagrada no qual os fiéis, vivendo no
mundo, tendem à perfeição da caridade e procuram cooperar para a santificação do
mundo, principalmente a partir de dentro
.
929
"Por
urna "vida perfeita [= perfeitamente] e inteiramente consagrada a [esta]
santificação
",
os membros desses institutos participam da tarefa de evangelização
901
da Igreja,
"no mundo e partir do mundo
",
onde sua presença age "à guisa de um fermento
".
Seu "testemunho de vida cristã" visa "organizar as coisas temporais de acordo
com Deus e impregnar o mundo com a força do Evangelho". Eles assumem por
vínculos sagrados os conselhos evangélicos e mantêm entre si a comunhão e a
fraternidade próprias de seu "modo de vida secular
".
AS SOCIEDADES DE VIDA APOSTÓLICA
930
Às
formas diversas de vida consagrada "acrescentam-se as sociedades de vida
apostólica, cujos membros, sem os votos religiosos, buscam a finalidade
apostólica própria de sua sociedade e, levando vida fraterna em comum, segundo o
próprio modo de vida, tendem à perfeição da caridade pela observância das
constituições. Entre elas há sociedades cujos membros assumem os conselhos
evangélicos" por meio de algum vínculo determinado pelas constituições
.
CONSAGRAÇÃO E MISSÃO: ANUNCIAR O REI QUE VEM
931
Entregue a Deus supremamente amado, aquele que pelo Batismo já estava
consagrado a ele é assim consagrado mais intimamente ao serviço divino e
dedicado ao bem da Igreja. Pelo estado de consagração a Deus, a Igreja manifesta
Cristo e mostra corno o Espírito Santo age nela de maneira admirável. Os que
professam os conselhos evangélicos têm, pois, por missão primeiramente viver sua
consagração. Mas "enquanto dedicados, em virtude da própria consagração, ao
serviço da Igreja têm obrigação de se entregar, de maneira especial, à ação
missionária no modo próprio de seu instituto
".
932 Na Igreja - ela é como sacramento, isto é, o sinal e o instrumento da vida de Deus -, a
775
vida consagrada aparece como um sinal peculiar do mistério da redenção.
Seguir e imitar a Cristo "mais de perto", manifestar "mais claramente" seu
aniquilamento é estar "mais profundamente" presente a seus contemporâneos, no
coração de Cristo. Pois os que estão nesta via "mais estreita" estimulam seus
irmãos por seu exemplo, dão este testemunho brilhante de "que o mundo não pode
ser transfigurado e oferecido a Deus sem o espírito das bem-aventuranças
".
933 Seja este testemunho público, como no estado religioso, ou mais discreto, ou até
672 secreto, o advento de Cristo permanece para todos os consagrados a origem e a
orientação de sua vida:
769 Como o povo de Deus não possui aqui na terra morada permanente, o estado religioso
manifesta já aqui neste mundo a todos os crentes a presença dos bens celestes, dá
testemunho da vida nova e eterna adquirida pela redenção de Cristo, prenuncia a,
ressurreição futura e a glória do
Reino
celeste
.
RESUMINDO
934
"Por instituição divina, há entre os fiéis na Igreja ministros sagrados, que no
direito são também chamados clérigos; os outros fiéis são também denominados
leigos." Há, finalmente, fiéis que pertencem a uma ou outra das duas categorias
e que, pela profissão dos conselhos evangélicos, se consagraram a Deus e servem,
assim, à missão da Igreja
.
935 Para anunciar a fé e para implantar seu Reino, Cristo envia seus apóstolos e seus sucessores. Dá-lhes participação em sua missão. De Cristo recebem o poder de agir em seu nome.
936
O
Senhor fez de São Pedro o fundamento visível de sua Igreja. Entregou-lhe suas
chaves. O Bispo da igreja de Roma, sucessor de São Pedro, é "a cabeça do colégio
dos Bispos, Vigário de Cristo e, aqui na terra, pastor da igreja
".
937
O
Papa "tem, por instituição divina, poder supremo, pleno, imediato e universal na
cura das almas
".
938
Os
Bispos, estabelecidos pelo Espírito Santo, sucedem aos Apóstolos. São, "cada um
por sua parte, princípio visível e, fundamento da unidade em suas igrejas
particulares
.
939 Ajudados pelos presbíteros, seus cooperadores, e pelos diáconos, os Bispos têm o oficio de ensinar autenticamente a fé, de celebrar o culto divino, sobretudo a Eucaristia, e de dirigir suas Igrejas como verdadeiros pastores. A seu oficio pertence também a solicitude por todas as Igrejas, com o Papa e sob a direção dele.
940
"Sendo a característica do estado leigo viver em meio ao mundo e aos negócios
seculares, são eles chamados por Deus a exercer seu apostolado no mundo à guisa
de fermento, graças ao vigor de seu espírito cristão
."
941 Os leigos participam do sacerdócio de Cristo: cada vez mais unidos a ele, desenvolvem a graça do Batismo e da Confirmação em todas as dimensões da vida pessoal, familiar, social e eclesial e realizam, assim, o chamado à santidade, dirigido a todos os batizados.
942
Graças à sua missão profética, os leigos "são também chamados a serem
testemunhas de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana
".
943
Graças à sua missão régia, os leigos têm o poder de vencer o império do pecado
em si mesmos e no mundo, por sua abnegação e pela santidade de sua vida
.
944 A vida consagrada a Deus caracteriza-se pela profissão pública dos conselhos evangélicos de pobreza, de castidade e de obediência em um estado de vida permanente reconhecido pela Igreja.
945
Entregue a Deus supremamente amado, aquele que pelo Batismo já havia sido
destinado a Ele encontra-se, no estado de vida consagrada, mais intimamente
votado ao serviço divino e dedicado ao bem de toda a Igreja.