"Maldito aquele que faz com negligência a obra do Senhor!"(Jr 48,10).
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Testemunhos: Deus nas outras religiões
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Sent: Thursday, December 27, 2012 1:07 PM
To: niltonfontes@hotmail.com
Subject: TESTEMUNHOS DIVERSOS
Nilton,
Sobre os testemunhos e sobre o fato de Deus não fazer distinção de pessoas...
Pesquisas antropológicas enfocadas na religião de diversos povos, nos mostram muitos fiéis de diversas crenças dando seus testemunhos de fé, apontando graças e bênçãos obtidas.
Verificamos que as pessoas vão em busca de Deus - independente da crença adotada -, e parece mesmo que Deus vai ao encontro delas.
E se Deus vai ao encontro dessas pessoas que fizeram uma experiência pessoal com o sagrado, nós cristãos católicos temos o direito de dizer a elas, caso a encontremos, que só Jesus é o caminho, a verdade e a vida, que Jesus é Deus encarnado, que Jesus fundou sua única Igreja (atualmente com o nome de Católica Apostólica Romana), que devemos nos confessar com sacerdotes e logo em seguida participarmos da Santa Missa e comungarmos etc., etc., etc?
Temos esse direito ou devemos respeitar a experiência pessoal que um indivíduo teve com Deus fora do catolicismo - seja no protestantismo, no judaísmo, no islamismo, no budismo, na tribo indígena...
A experiência com o sagrado passa pela razão, mas atinge profundamente o coração, e sabemos, por isso, que razões não mudam sentimentos nunca. Somente conservamos o que passou por uma experiência e nos comoveu.
Qual sua orientação Nilton?
Rodrigo.
Prezado Rodrigo,
Este assunto é bastante complexo e precisa ser diligentemente analisado.
Antes de abordar a questão em si, precisamos passar os fatos por alguns crivos:
Primeiro: Discernimento dos espíritos
- Sabemos que Deus é imutável e não se contradiz. Se alguém afirma ter alguma revelação de Deus, precisamos averiguar de onde realmente provem tal 'revelação'.
Há poucos dias respondi uma questão dessas, a um jovem que me perguntava sobre a 'revelação' a Maomé, supostamente dada pelo anjo Gabriel.
- Ora... Como poderia um anjo de Deus dar uma doutrina diferente daquela ensinada pelo próprio Jesus, o Filho de Deus?
- Por acaso, Deus poderia revogar o ensinamento de Seu Filho ?
Nós cremos na existência dos maus espíritos ou demônios, e sabemos que eles agem no mundo para nossa perdição. Sabemos também que satanás é capaz de se transfigurar em anjo de luz, conf. 2Cor 11,14.
Portanto em matéria de 'revelações', todo cuidado é pouco.
Segundo: Autenticidade.
Sabemos que muitos se submetem a testemunhos falsos, por interesses os mais variados, até mesmo financeiro.
Exemplo você encontra na internet: 'Curas' protestantes no vídeo do Cerulo/Malafaia, onde Caio Fábio nos garante ser um grande teatro, onde os cadeirantes são previamente contratados e distribuídos no local da assembléia. ( http://www.youtube.com/watch?v=ma-9WxKGVMc )
Depois de passar por esses dois grandes critérios, certamente ficará pouca coisa para analisar.
Evidentemente não podemos colocar limites à ação de Deus, mas não podemos admitir como ação de Deus, algo que o torne contraditório.
Os que não são cristãos podem salvar-se?
Julgamos que sim, mas existem condições para isso, como aquelas que o Catecismo nos ensina no §847: " Aqueles, portanto, que sem culpa ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com coração sincero e tentam, sob o influxo da graça, cumprir por obras a sua vontade conhecida por meio do ditame da consciência podem conseguir a salvação eterna ".
Mas isto não torna válida a sua crença ou religião. É um atendimento individual, como exceção e não regra geral.
A ordem de Jesus para anunciar o Evangelho a todas as nações (Mt 28,19) é claríssima e vem justificada pela consequência: "Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado." (Mc 16,16).
A verdadeira experiência do sagrado vem da pregação do Evangelho (Rm 10,13-17).
Nosso eminente teólogo Dom Estêvão Bettencourt, de feliz memória, nos ensinava que Deus não ouve as pessoas de outras crenças por causa dessas crenças, mas APESAR delas.
O Papa Paulo VI no documento Evangelii Nuntiandi, 80,(está no nosso site) nos faz uma dura advertência quanto à omissão de anunciar o Evangelho, presumindo que Deus poderá salvar também os não cristãos: "os homens poderão salvar-se por outras vias, graças à misericórdia de Deus, se nós não lhes anunciarmos o Evangelho; mas nós, poder-nos-emos salvar se, por negligência, por medo ou por vergonha, aquilo que São Paulo chamava exatamente envergonhar-se do Evangelho,(134 ) ou por se seguirem idéias falsas, nos omitirmos de o anunciar? "
Agora vamos a algumas frases expostas que trazem sofismas latentes: "Deus não faz distinção de pessoas".
- Não fazer distinção de pessoas se refere às características físicas, psicológicas, sociais...etc das pessoas e não à sua crença. Pois se fosse para cada um acreditar no que bem quisesse, não teria nenhum sentido Deus nos instruir através dos seus profetas no AT e nos últimos tempos pelo seu próprio Filho.
"Pessoas vão em busca de Deus"
- Desde a mais remota idade o homem busca a Deus, como uma necessidade, gravada em seu coração pelo próprio Criador. É portanto louvável que o homem fizesse esforços para conhecer a Deus.
Entretanto todos os esforços se mostraram inúteis e só por iniciativa de Deus é que a sua Revelação nos foi possível.
E uma vez que Deus se deu a conhecer a nós, cabe-nos acolher com gratidão o seu ensinamento, e não buscar ensinamento diferente ou além do que Ele nos quis revelar.
"Devemos respeitar a experiência pessoal..." .
- Respeitar as pessoas sim, mas não o erro ou a falsa doutrina que elas professem. A ordem de Jesus é para pregar o Evangelho a todos, isto é, para ensinar a todos que estão no erro.
Ensinar a verdade não é desrespeitar, mas um ato de amor para com as pessoas, retirando-as das trevas e mostrando-lhes a luz verdadeira que é Cristo. Conhecereis a Verdade e ela vos libertará, conf. Jo 8,32.