"Maldito aquele que faz com negligência a obra do Senhor!"(Jr 48,10).
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Como Reza o Papa ?
Papa João Paulo II
(De uma longa entrevista concedida pelo Papa ao jornalista Vittorio Messori, nasceu o livro "Cruzando o Limiar da Esperança", editado pela Livraria Francisco Alves Editora. Nele, o jornalista pergunta ao Papa sobre o seu modo de rezar. Abaixo, a pergunta e parte da resposta de João Paulo II).
Pergunta :
Santidade, se me permite, gostaria de perguntar: como fala com Jesus? Como dialoga, na oração, com este Cristo que entregou a Pedro (para que chegassem até Sua Santidade através da sucessão apostólica) as “chaves do Reino dos céus”, conferindo-lhe o poder de tudo “ligar e desligar”?
Resposta :
Você faz uma pergunta sobre a oração, você quer saber como o Papa reza. E eu lhe agradeço. Talvez convenha tomar como ponto de partida aquilo que São Paulo escreve na sua Carta aos Romanos. O Apóstolo entra diretamente in medias res ao dizer: “O Espírito vem em auxílio de nossa fraqueza, porque não sabemos pedir o que nos convém. O próprio Espírito é que intercede por nós com gemidos inefáveis”. (Rm 8,26).
O que vem a ser a oração?
Comumente se pensa que seja um colóquio, um diálogo. Em um diálogo existem sempre um “eu” e um “tu”. Neste caso um Tu com T maiúsculo. A experiência da oração ensina que se o “eu” parece à primeira vista o elemento mais importante, depois se percebe que na realidade as coisas são diferentes. O mais importante é o Tu, porque é em Deus que principia a nossa oração. São Paulo, na Carta aos Romanos, ensina precisamente isto. Segundo o Apóstolo, a oração reflete toda a realidade criada; é, em certo sentido, uma função cósmica.
O homem é o sacerdote de toda a criação, fala em nome dela, mas enquanto guiado pelo Espírito. Seria preciso meditar e muito sobre esta passagem sobre a carta aos Romanos, para penetrar mais profundamente no sentido da oração. Lemos aí: “Com efeito, o mundo criado aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus. Pois as criaturas foram sujeitas à vaidade, não voluntariamente, mas pela vontade daquele que as sujeitou, na esperança de serem também elas libertadas do cativeiro da corrupção, para participarem da liberdade gloriosa dos filhos de Deus. Pois sabemos que toda a criação até agora geme e sente dores de parto. E não somente ela, mas também nós que temos as primícias do Espírito gememos dentro de nós mesmos, aguardando a adoção (de filhos), a redenção de nosso corpo. Porque em esperança fomos salvos” (Rm 8,19-24). E aqui encontramos as palavras do Apóstolo, já mencionadas:
“Também o Espírito vem em auxilio à nossa fraqueza, porque não sabemos pedir o que nos convém, O próprio espírito é que intercede por nós com gemidos inefáveis” (Rm 8,26).
Na oração, portanto o verdadeiro protagonista é Deus. Protagonista é Cristo , que constantemente liberta a criatura da escravidão da corrupção e a conduz à liberdade, para a glória dos filhos de Deus. Protagonista é também o Espírito Santo, que “vem em auxílio à nossa fraqueza”. Quando começamos a rezar, temos a impressão de ser isto iniciativa nossa. Mas é sempre uma iniciativa de Deus em nós. Exatamente como diz o Apóstolo Paulo. Esta iniciativa nos restitui a nossa verdadeira humanidade, nos restitui a nossa superior dignidade de filhos de Deus, filhos de Deus que são a expectativa de todo o mundo criado.
De vários modos se pode e se deve rezar, como nos ensina com ricos exemplos a Bíblia. O livro dos Salmos é insubstituível. É preciso rezar com gemidos inefáveis”, para entrar no ritmo das súplicas do próprio Espírito(...). (Fonte: Revista Renovação da RCC, nº 18 – Jan/fev 2003).