Busca no site: |
|
B í b l i a | ![]() | O n L i n e |
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
PRIMEIRA PARTE - SEGUNDA SEÇÃO
A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ - OS SÍMBOLOS DA FÉ
CAPITULO II - ARTIGO 4
"JESUS CRISTO PADECEU SOB PÔNCIO PILATOS,
FOI CRUCIFICADO, MORTO E SEPULTADO"
571 O mistério pascal da Cruz e da Ressurreição de Cristo está no centro da Boa Nova
1067 que os apóstolos e a Igreja, na esteira deles, devem anunciar ao mundo. O projeto salvador de Deus realizou-se "uma vez por todas" (Hb 9,26) pela morte redentora de seu Filho, Jesus Cristo.
572 A Igreja permanece fiel à "interpretação de todas as Escrituras" dada por Jesus
599
mesmo antes e também depois de
sua Páscoa
. "Não
era preciso que Cristo sofresse tudo isso e entrasse em sua glória?" (Lc 24,26).
Os sofrimentos de Jesus tomaram sua forma histórica concreta pelo fato de ele
ter sido "rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos escribas"
(Mc 8,31), que o "entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e
crucificado" (Mt 20,19).
573 A fé pode, pois, tentar perscrutar as circunstâncias da Morte de Jesus, transmitidas
158
fielmente pelos
Evangelhos e
iluminadas por outras fontes históricas, para melhor compreender o sentido
da Redenção.
PARÁGRAFO I - JESUS E ISRAEL
574 Desde o início do ministério público de Jesus, fariseus e adeptos de Herodes, com
530
sacerdotes e escribas, mancomunaram-se para matá-lo
.
Por causa de certos atos por ele praticados (expulsão de demônios
,
perdão dos pecados
,
curas em dia de sábado
interpretação
original dos preceitos de pureza da Lei
,
de pureza da Lei, familiaridade com os publicanos e com pecadores públicos
),
Jesus pareceu a alguns
591
mal-intencionados, suspeito de
possessão demoníaca
.
Ele é acusado de blasfêmia
e
de falso profetismo
,
crimes religiosos que a Lei punia com a pena de morte sob forma de
apedrejamento
.
575
Muitos atos e palavras de Jesus constituíram,
portanto, um sinal de contradição
"
para as autoridades religiosas de Jerusalém – que o Evangelho de São João com
freqüência denomina "os judeus
"
– mas ainda do que para o comum do povo de Deus
.
Sem dúvida, suas relações com os fariseus não foram
993
exclusivamente polêmicas. São os fariseus que o
previnem do perigo que corre
.
Jesus elogia alguns deles, como o escriba de Mc 12,34, e repetidas vezes come
com fariseus
.
Jesus confirma doutrinas compartilhadas por essa elite religiosa do povo de
Deus: a ressurreição dos mortos
,
as formas de piedade (esmola, jejum e oração
)
e o hábito de dirigir-se a Deus como Pai, a centralidade do mandamento do amor a
Deus e ao próximo
.
576 Aos olhos de muitos, em Israel, Jesus parece agir contra as instituições essenciais do Povo eleito:
ü a submissão à Lei na integralidade de seus preceitos escritos e, para os fariseus, na interpretação da tradição oral;
ü a centralidade do Templo de Jerusalém como lugar santo, em que Deus habita de forma privilegiada;
ü a fé no Deus único, cuja glória nenhum homem pode compartilhar.
I. Jesus e a Lei
577 Jesus fez uma advertência solene no começo do Sermão da Montanha, em que
1965 apresentou a Lei dada por Deus no Sinai por ocasião da Primeira Aliança à luz da graça da Nova Aliança:
1967 Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento,
porque em verdade vos digo que, até que passem o céu e a terra, não será omitido um só i, uma só vírgula
da Lei, sem que tudo seja realizado. Aquele, portanto, que violar um só destes menores mandamentos e
ensinar homens a fazerem o mesmo ser chamado o menor no Reino dos Céus; aquele, porém, que os
praticar e os ensinar, esse será chamado grande no Reino dos Céus (Mt 5,17-19).
578 Jesus, o Messias de Israel, portanto o maior no Reino dos Céus, tinha a obrigação de
1953
cumprir a Lei, executando-a em sua integridade até seus mínimos
preceitos, segundo suas próprias palavras. Ele é o único que conseguiu cumpri-la
com perfeição
.
Os judeus, conforme sua própria confissão, nunca conseguiram cumprir a Lei em
sua integridade sem violar-lhe o mínimo preceito
.
Esta é a razão pela qual, em cada festa anual da Expiação, os filhos de Israel
pedem a Deus perdão por suas transgressões da Lei. Com efeito, a Lei constitui
um todo e, como recorda São Tiago, "aquele que guarda toda a Lei, mas desobedece
a um só ponto, torna- se culpado da transgressão da Lei inteira" (Tg
2,10
).
579
Esse princípio da integralidade da observância da Lei, não
somente em sua letra, mas em seu espírito, era caro aos fariseus. Tomando-o
extensivo a Israel, levaram muitos judeus do tempo de Jesus a um zelo religioso
extremo
.
Este zelo extremo, se não quisesse envolver-se em uma casuística "hipócrita
",
só podia preparar o povo para essa intervenção inaudita de Deus que será o
cumprimento perfeito da Lei exclusivamente pelo Justo em lugar de todos os
pecadores
.
580 O cumprimento perfeito da Lei só podia ser obra do Legislador divino nascido sujeito à
527
Lei na pessoa do Filho
.
Em Jesus, a Lei não aparece mais gravada nas tábuas de pedra, mas "no fundo do
coração" (Jr 31,33) do Servo, o qual, pelo fato de "trazer fielmente o direito"
(Is 42,3), se tornou "a Aliança do povo" (Is 42,6). Jesus cumpriu a Lei até o
ponto de tomar sobre si "a maldição da Lei
”
in quod illi incurrerant "qui non permanent in omnibus, quae scripta sunt, ut
faciant ea", na qual incorrerreram aqueles que "não praticam todos os preceitos
da mesma
,
pois “a morte de Cristo aconteceu para resgatar as transgressões cometidas no
Regime da Primeira Aliança" (Hb 9, 15).
581
Jesus apareceu aos olhos dos judeus e de seus
chefes espirituais como um "rabi
".
Com freqüência
2054
argumentou na linha da
interpretação rabínica da Lei
.
Mas ao mesmo tempo Jesus só podia chocar os doutores da Lei, já que não se
contentava em propor sua interpretação em pé de igualdade com as deles, senão
que "ensinava como alguém que tem autoridade, e não como os escribas" (Mt
7,28-29). Nele, é a mesma Palavra de Deus que tinha ressoado no Sinai para a
Moisés a Lei escrita, que se faz ouvir novamente sobre o Monte Bem-aventuranças
.
Ela não abole a Lei, mas a cumpre, fornecendo de modo divino a interpretação
última dela: "Aprendestes o que foi dito aos antigos... eu, porém, vos digo" (Mt
5,33-34). Com esta mesma autoridade divina, Ele desabona certas "tradições
humanas
"
dos fariseus que "invalidam a Palavra de Deus
".
582
Indo mais longe, Jesus cumpre a Lei a respeito
da pureza dos alimentos, tão importante na vida diária judaica, revelando o
sentido “pedagógico" dela
por
uma interpretação divina: "Tudo o que de fora, entrando no homem, não pode
torná-lo impuro..." assim declarava puros todos os alimentos. "O que sai do
homem, é isto que o torna impuro. Pois é de dentro, do coração dos homens, que
as intenções malignas" (Mc 7,18-21). Ao dar com autoridade divina a
interpretação definitiva da Lei, Jesus acabou confrontando-se com certos
doutores da
368 Lei que não aceitavam a interpretação da Lei dada por Jesus, apesar de garantida pelos sinais divinos que a
548
acompanhavam
.
Isto vale particularmente para a questão do sábado: Jesus lembra, muitas vezes
com
2173
argumentos rabínicos
,
que o descanso do sábado não é lesado pelo serviço de Deus
ou
do próximo
,
executado por meio das curas operadas por Ele.
II. Jesus e o Templo
583 Jesus, como os profetas anteriores a Ele, teve pelo Templo de Jerusalém o mais
529,534
profundo respeito. Nele foi apresentado por José e Maria quarenta dias após
seu nascimento
.
Com doze anos, decide ficar no Templo para lembrar a seus pais que deve
dedicar-se às coisas de seu Pai
.
Durante os anos de sua vida oculta, subiu ao Templo a cada ano, no mínimo por
ocasião da Páscoa
;
até seu ministério público foi ritmado por suas peregrinações a Jerusalém para
as grandes festas judaicas
.
584 Jesus subiu ao Templo como lugar privilegiado de encontro com Deus. O Templo é
2599
para ele a morada de seu Pai, uma casa de oração, e se indigna pelo fato
de seu átrio externo ter-se tornado um lugar de comércio
.
Se expulsa os vendilhões do Templo, é por amor zeloso a seu Pai. "Não façais da
casa de meu Pai uma casa de comércio. Seus discípulos lembram-se do que está
escrito: 'O zelo por tua casa me devorará' (Sl 69)” (Jo 2,16-17). Depois de sua
Ressurreição, os apóstolos mantiveram um respeito religioso pelo Templo
.
585
Contudo, no limiar de sua Paixão, Jesus anunciou a ruína desse
esplêndido edifício, do qual não restará mais pedra sobre pedra
.
Há aqui o anúncio de um sinal dos tempos finais que vão abrir-se com sua
própria Páscoa
.
Esta profecia, porém, pode ser relatada de modo deformado por testemunhas falsas
no momento do interrogatório de Jesus diante do sumo sacerdote
,
sendo-lhe atribuída como injúria quando ele foi pregado à cruz
.
586
Longe de ter sido hostil ao Templo
,
local em que aliás, ministrou o essencial de seu ensinamento
,
Jesus fez questão de pagar o imposto do Templo, associando a este ato Pedro
,
que acabara de estabelecer como fundamento para sua Igreja futura
.
797
Mais ainda: identificou-se
com o Templo ao apresentar-se como a morada definitiva de Deus entre os
homens
.
Eis por que sua morte corporal decretada
anuncia
a destruição do Templo, (destruição) que manifestará a entrada em uma nova era
História
1179
da Salvação: "Vem a hora em que nem sobre esta montanha
nem em Jerusalém adorareis o Pai" (Jo 4,21 )
III. Jesus e a fé de Israel no Deus Único e Salvador
587
Se a Lei e o Templo de Jerusalém puderam ser ocasião de "contradição
”
da parte de Jesus para as autoridades religiosas de Israel, foi o papel dele na
redenção dos pecados, obra divina por excelência, que constituiu para elas a
verdadeira pedra de escândalo
.
588
Jesus escandalizou os fariseus ao comer com os publicanos e os
pecadores
com
a mesma familiaridade com que comia com eles
.
Contra os que, dentre os fariseus, estavam "convencidos de serem justos e
desprezavam os outros" (Lc 18,9
),
Jesus
545
afirmou: "Eu não vim chamar
os justos, mas os pecadores, ao arrependimento" (Lc 5,32). Foi mais longe ao
proclamar diante dos fariseus que, sendo o pecado universal
,
os que pretendem não necessitar de salvação estão cegos para sua própria
cegueira
.
589
Jesus escandalizou sobretudo porque identificou sua conduta
misericordiosa para com os pecadores com a atitude do próprio Deus para com
eles
.
Chegou ao ponto de dar a entender que, partilhando a mesa dos pecadores
,
os estava admitindo ao banquete messiânico
.
Mas foi particularmente ao perdoar os pecados que Jesus deixou as autoridades
religiosas de Israel diante de um dilema. Foi isto que disseram com razão,
431,1441 cheios de espanto: Só Deus pode perdoar os pecados" (Mc 2,7). Ao perdoar os pecados,
432
ou Jesus blasfema - pois é um homem
que se iguala a Deus
-,
ou diz a verdade, e sua pessoa torna presente e revela o Nome de Deus
.
590
Somente a identidade divina da pessoa de Jesus pode justificar
uma exigência tão absoluta quanto esta: "Aquele que não está comigo está
contra mim" (Mt 12,30); assim, também, quando diz que nele está "mais do que
Jonas... mais do que Salomão" (Mt 12,41-42), "mais do que o Templo
";
ou quando lembra, referindo-se a si mesmo, que
253
Davi chamou o Messias de seu
Senhor
,
ao afirmar "Antes que Abraão fosse, Eu Sou" (Jo 8,58); e até "Eu e o Pai somos
um" (Jo 10,30).
591
Jesus pediu às autoridades religiosas de Jerusalém que cressem
nele por causa das obras de seu Pai que ele realiza
.
Tal ato de fé tinha de passar, no entanto, por uma misteriosa morte de si mesmo
em vista de um novo "nascimento do alto
",
sob o
526
impulso da graça divina
.
Essa exigência de conversão ante um cumprimento tão surpreendente das
promessas
permite
compreender o trágico desprezo do sinédrio ao
574
estimar que Jesus merecia a morte como
blasfemo
.
Seus membros agiam assim por "ignorância
"
e ao mesmo tempo pelo “endurecimento
"
da "incredulidade
".
RESUMINDO
592
Jesus não aboliu a Lei do Sinai, mas a cumpriu
com
tal perfeição
que
revela seu sentido último
e
resgata as transgressões contra ela
.
593 Jesus venerou o Templo, subindo a ele nas festas judaicas de peregrinação, e amou com amor cioso esta morada de Deus entre os homens. O Templo prefigura seu próprio mistério. Se anuncia a destruição do Templo, é como manifestação de sua própria morte e da entrada em uma nova era da História da Salvação, na qual seu Corpo será o Templo definitivo.
594
Jesus realizou atos como o perdão dos pecados – que o
manifestaram como o próprio Deus Salvador
.
Alguns judeus, não reconhecendo o Deus feito homem
e
vendo nele um homem que se faz Deus
",
julgaram-no blasfemo.
PARÁGRAFO 2
JESUS MORREU CRUCIFICADO
I. O processo de Jesus
DISSENSÕES ENTRE AS AUTORIDADES JUDAICAS EM RELAÇÃO A JESUS
595
Entre as autoridades religiosas de Jerusalém não
houve somente o fariseu Nicodemos
ou
o ilustre José de Arimatéia como discípulos secretos de Jesus
,
mas durante muito tempo foram produzidas dissensões acerca de Jesus
,
a ponto de, às vésperas de sua Paixão São João poder dizer deles que "um bom
número deles creu nele”, ainda que de forma bem imperfeita (Jo 12,42). Isso não
tem nada de surpreendente se levarmos em conta que no dia seguinte a
Pentecostes "uma multidão de sacerdotes obedecia à fé" (At 6,7) e que "alguns do
partido dos fariseus haviam abraçado a fé" (At 15,5), a ponto de São Tiago poder
dizer a São Paulo que "zelosos partidários da Lei, milhares de judeus abraçaram
a fé" (At 21,20).
596
As autoridades religiosas de Jerusalém não foram
unânimes na conduta a adotar em relação a Jesus
.
Os fariseus ameaçaram de excomunhão os que o seguissem
.
Aos que temiam que "todos crerão em Jesus e os romanos virão e destruirão nosso
Lugar Santo e a nação" (Jo 11,48), o Sumo Sacerdote Caifás propôs,profetizando:
1753
"Não
compreendeis que é de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não
pereça a nação toda?" (Jo 11,50). O Sinédrio, depois de declarar Jesus "passível
de morte
"
na qualidade deblasfemador, mas, tendo perdido o direito de pô-lo à morte
,
entrega Jesus aos romanos, acusando-o de revolta política
,
o que colocará Jesus no mesmo pé que Barrabás, acusado de "sedição" (Lc 23,19).
São também ameaças políticas o que os chefes dos sacerdotes fazem a Pilatos para
que condene Jesus à morte
.
OS JUDEUS NÃO SÃO COLETIVAMENTE RESPONSÁVEIS PELA MORTE DE JESUS
597
Levando em conta a complexidade
histórica do processo de Jesus manifestada nos relatos evangélicos, e qualquer
que possa ser o pecado pessoal dos atores do processo (Judas, o Sinédrio,
Pilatos), conhecido só de Deus, não se pode atribuirá responsabilidade ao
conjunto dos judeus de Jerusalém, a despeito dos gritos de uma multidão
manipulada
e
das censuras globais contidas nos apelos à conversão depois de Pentecostes
. O
1735
próprio Jesus, ao perdoar na cruz
,
e Pedro, depois dele, apelaram para a "ignorância
"
dos judeus de Jerusalém e até dos chefes deles. Menos ainda pode-se, a partir do
grito do povo: "Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos" (Mt 27,25), que
significa uma fórmula de ratificação
,
estender a responsabilidade aos outros judeus no espaço e no tempo.
Por isso a Igreja declarou muito oportunamente no Concílio Vaticano II: "Aquilo que se perpetrou
839 em sua Paixão não pode indistintamente ser imputado a todos os judeus que viviam então, nem aos
de hoje... Os judeus não devem ser apresentados nem como condenados por Deus nem como
amaldiçoados, como se isto decorresse das Sagradas Escrituras
".
TODOS OS PECADORES FORAM OS AUTORES DA PAIXÃO DE CRISTO
598
No magistério de sua fé e no testemunho de seus santos a Igreja
nunca esqueceu que "foram os pecadores como tais os autores e como que os
instrumentos de todos os sofrimentos por que passou o Divino Redentor
".
Levando em conta que nossos pecados atingem o próprio Cristo
,
a Igreja não hesita em imputar aos cristãos a responsabilidade mais grave no
suplício de Jesus, responsabilidade que com excessiva freqüência estes debitaram
quase exclusivamente aos judeus.
1851 Devemos considerar como culpados desta falta horrível os que continuam a reincidir em pecados.
Já que são os nossos crimes que arrastaram Nosso Senhor Jesus Cristo ao suplício da cruz, com
certeza os que mergulham nas desordens e no mal “de sua parte crucificam de novo o Filho de
Deus e o expõem as injúrias" (Hb 6,6). E é imperioso reconhecer que nosso próprio crime, neste
caso é maior do que o dos judeus. Pois estes, como testemunha o Apóstolo, "se tivessem conhecido
o Rei da glória, nunca o teriam crucificado" (1Cor 2,8). Nós, porém, fazemos profissão de conhecê-lo.
E, quando o negamos por nossos atos, de certo modo levantamos contra Ele nossas mãos
homicidas
.
Os demônios, então, não foram eles que o crucificaram; és tu que com eles o
crucificaste e continuas a crucificá-lo, deleitando-te nos vícios e. nos
pecados
.
II. A morte redentora de Cristo no desígnio divino de salvação
"JESUS ENTREGUE SEGUNDO O DESÍGNIO BEM DETERMINADO DE DEUS”
599 A morte violenta de Jesus não foi o resultado do acaso um conjunto infeliz de
517
circunstâncias. Ela faz parte do mistério do projeto de Deus,
como explica São Pedro aos judeus de Jerusalém já em seu primeiro discurso de
Pentecostes: “Ele foi entregue segundo o desígnio determinado e a presciência de
Deus" (At 2,23). Esta linguagem bíblica não significa que os que "entregaram
Jesus
"
tenham sido apenas executores passivos de um roteiro escrito de antemão por
Deus.
600
Para Deus, todos os momentos do tempo estão presentes em sua
atualidade. Ele estabelece, portanto, seu projeto eterno de "predestinação"
incluindo nele a resposta livre de cada homem à sua graça: "De fato, contra teu
servo Jesus, a quem ungiste, verdadeiramente coligaram-se, nesta cidade, Herodes
e Pôncio Pilatos com as nações pagãs e os povos de Israel
,
para executar tudo o que, em teu poder e sabedoria,
312
havias predeterminado" (At
4,27-28). Deus permitiu os atos nascidos de sua cegueira
,
a fim de realizar seu projeto de salvação
.
"MORREU POR NOSSOS PECADOS SEGUNDO AS ESCRITURAS"
601
Este projeto divino de salvação mediante a morte do "Servo, o
Justo
"
havia sido anunciado antecipadamente na Escritura como um mistério de redenção
universal, isto é, de resgate que liberta os homens da escravidão do pecado
.
São Paulo, em sua confissão de fé que diz ter "recebido secundum Scripturas
",
professa que "Cristo
652,713
morreu por
nossos pecados segundo as Escrituras
.
A morte redentora de Jesus cumpre em particular a profecia do Servo Sofredor
.
Jesus mesmo apresentou o sentido de sua vida e de sua morte à luz do Servo
Sofredor
.
Após a sua Ressurreição, ele deu esta interpretação das Escrituras aos
discípulos de Emaús
,
e depois aos próprios apóstolos
.
"AQUELE QUE NÃO CONHECERA O PECADO, DEUS O FEZ PECADO POR CAUSA DE NÓS"
602 Por isso, São Pedro pode formular assim a fé apostólica no projeto divino de salvação: "Fostes resgatados da vida fútil que herdastes de vossos pais, pelo sangue precioso de Cristo, como de um cordeiro sem defeitos e sem mácula, conhecido antes da fundação do mundo, mas manifestado, no fim dos tempos, por causa de vós" (1Pd 1,18-20). Os
400
pecados dos homens, depois do pecado original, são sancionados pela
morte
.
Ao enviar seu próprio Filho na condição de escravo
,
condição de uma humanidade decaída e
519
fadada à morte por causa do
pecado
.
"Aquele que não conhecera o pecado, Deus o fez pecado por causa de nós, a fim de
que, por ele, nos tornemos justiça de Deus" (2Cor 5,21).
603
Jesus não conheceu a reprovação, como se Ele mesmo tivesse
pecado
.
Mas, no amor redentor que sempre o unia ao Pai
,
nos assumiu na perdição de nosso pecado em relação a Deus a ponto de poder dizer
em nosso nome, na cruz: "Meu Deus, meu Deus por que me abandonaste?" (Mc 15,34
).
Tendo-o tornado solidário de nós, pecadores,
2572 "Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós" (Rm 8,32), a fim de que fôssemos "reconciliados com Ele pela morte de seu Filho” (Rm 5,10).
DEUS TEM A INICIATIVA DO AMOR REDENTOR UNIVERSAL
604 Ao entregar seu Filho por nossos pecados, Deus manifesta que seu desígnio sobre nós
211,2009 é um desígnio de amor benevolente que antecede a qualquer mérito nosso: "Nisto
1825
consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele quem nos
amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados" (1Jo 4,10
).
"Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós
quando éramos ainda pecadores" (Rm 5,8).
605 Este amor não exclui ninguém. Jesus lembrou-o na conclusão da parábola da ovelha perdida: "Assim, também, não é da vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca" (Mt 18,14). Afirma ele "dar sua vida em resgate por
402
muitos" (Mt 20,28); este último termo não é restritivo: opõe o conjunto da
humanidade à única pessoa do Redentor que se entrega para salvá-la
.
A Igreja, no seguimento dos
634,2793 apóstolos
,
ensina que Cristo morreu por todos os homens sem exceção: "Não há, não houve e
não haverá nenhum homem pelo qual Cristo não tenha sofrido
".
III. Cristo ofereceu-se a seu Pai por nossos pecados
TODA A VIDA DE CRISTO É OFERENDA AO PAI
606 O Filho de Deus, que "desceu do Céu não para fazer sua vontade, mas a do Pai que o
517
enviou
",
"diz ao entrar no mundo:.. Eis-me aqui... eu vim, ó Deus, para fazer a tua
vontade... Graças a esta vontade é que somos santificados pela oferenda do corpo
de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas" (Hb 10,5-10). Desde o
primeiro instante de sua Encarnação, o Filho desposa o desígnio de salvação
divino em sua missão redentora:
536 "Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e consumar sua obra" (Jo
4,34) O sacrifício de Jesus "pelos pecados do mundo inteiro" (1Jo 2,2) é a expressão de sua comunhão de amor ao Pai: "O Pai me ama porque dou a minha vida" (Jo 10,17). "O mundo saberá que amo o Pai e faço como o Pai me ordenou" (Jo 14,31).
607 Este desejo de desposar o desígnio de amor redentor de seu Pai anima toda a vida de
457
Jesus
pois
sua Paixão redentora é a razão de ser de sua Encarnação: "Pai, salva-me desta
hora. Mas foi precisamente para esta hora que eu vim" (Jo 12,27). "Deixarei eu
de beber o cálice que o Pai me deu?" (Jo 18,11). E ainda na cruz, antes que tudo
fosse "consumado" (Jo 19,30), ele disse: "Tenho sede" (Jo 19,28).
"O CORDEIRO QUE TIRA O PECADO DO MUNDO"
608
Depois de ter aceitado dar-lhe o Batismo junto com os
pecadores
,
João Batista viu
523
e mostrou em Jesus o
"Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo
".
Manifesta, assim que Jesus é ao mesmo tempo o Servo Sofredor que se deixa levar
silencioso ao matadouro
e
carrega o pecado das multidões
e
o cordeiro pascal, símbolo da redenção de Israel por ocasião da primeira
Páscoa
Toda
a vida de Cristo exprime sua missão: "Servir e dar sua vida em resgate por
muitos
”.
JESUS ABRAÇA LIVREMENTE O AMOR REDENTOR DO PAI
609 Ao abraçar em seu coração humano o amor do Pai pelos homens, Jesus "amou-os até
478 o fim" (Jo 13,11), "pois ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus
515 amigos” (Jo 15,13). Assim, no sofrimento e na morte, sua humanidade se tornou o
272,539
instrumento livre e
perfeito de seu amor divino, que quer a salvação dos homens
.
Com efeito, aceitou livremente sua Paixão e sua Morte por amor de seu Pai e dos
homens, que o Pai quer salvar: "Ninguém me tira a vida, mas eu a dou livremente"
(Jo 10,18). Daí a liberdade soberana do Filho de Deus quando Ele mesmo vai ao
encontro da morte
.
NA CEIA, JESUS ANTECIPOU A OFERTA LIVRE DE SUA VIDA
610 Jesus expressou de modo supremo a oferta livre de si mesmo na refeição que tomou
com os Doze Apóstolos
na "noite em que foi entregue" (1 Cor 11,23). Na véspera de
766 sua Paixão, quando ainda estava em liberdade, Jesus fez desta Última Ceia com seus
1337
apóstolos o memorial de sua oferta voluntária ao Pai
,
pela salvação dos homens: "Isto
é o meu corpo que é dado por vós” (Lc 22,19). "Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança,
que é derramado por muitos para remissão dos pecados" (Mt 26,28).
611
A Eucaristia que instituiu naquele momento será o "memorial
"
de seu sacrifício.
1364
Jesus inclui os apóstolos em sua
própria oferta e lhes pede que a perpetuem
.
Com
1341,1566 isso, institui seus apóstolos sacerdotes da Nova Aliança: "Por eles, a mim mesmo
me santifico, para que sejam
santificados na verdade" (Jo 17,19
).
A AGONIA NO GETSÊMANI
612
O cálice da Nova Aliança, que Jesus antecipou na Ceia,
oferecendo-se a si mesmo
,
532,2600
aceita-o em seguida das mãos do Pai em sua agonia no Getsêmani
,
tornando-se "obediente até a morte" (Fl 2,8
).
Jesus ora: "Meu Pai, se for possível, que passe de mim este cálice..." (Mt
26,39). Exprime assim o horror que a morte representa para sua natureza humana.
Com efeito, a natureza humana de Jesus, como a nossa, está destinada à Vida
Eterna; além disso, diversamente da nossa, ela é totalmente isenta de pecado
,
que causa a morte
";
mas ela é sobretudo assumida pela pessoa divina do "Príncipe da Vida
",
do "vivente
".
Ao aceitar em sua vontade humana que a vontade do Pai seja
1009
feita,
aceita sua morte como redentora para "carregar em seu próprio corpo os nossos
pecados sobre o madeiro" (1Pd 2,24).
A MORTE DE CRISTO É O SACRIFÍCIO ÚNICO E DEFINITIVO
613 A morte de Cristo é ao mesmo tempo o sacrifício pascal, que realiza a redenção
1366,2009
definitiva dos
homens
pelo
"cordeiro que tira o pecado do mundo
",
e o sacrifício da Nova Aliança
,
que reconduz o homem à comunhão com Deus
,
reconciliando-o com ele pelo "sangue derramado por muitos para remissão dos
pecados
".
614
Este sacrifício de Cristo é único. Ele realiza e supera todos
os sacrifícios
.
Ele é
529,1330 primeiro um dom do próprio Deus Pai: é o Pai que entrega seu Filho para reconciliar-nos
2100
consigo
.
É ao mesmo tempo oferenda do Filho de Deus feito homem, o qual, livremente e por
amor
,
oferece sua vida
a
seu Pai pelo Espírito Santo
,
para reparar nossa desobediência.
JESUS SUBSTITUI NOSSA DESOBEDIÊNCIA POR SUA OBEDIÊNCIA
615 Como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim, pela
1850 obediência de um só, todos se tornarão justos" (Rm 5,19). Por sua obediência até a
433 morte, Jesus realizou a substituição do Servo Sofredor que "oferece sua vida em sacrifício expiatório", "quando carregava o pecado das multidões", "que ele justifica
411
levando sobre si o pecado de muitos
".
Jesus prestou reparação por nossas faltas e satisfez o Pai por nossos pecados.
NA CRUZ, JESUS CONSUMA SEU SACRIFÍCIO
616
É "o amor até o fim
"
que confere o Valor de redenção de reparação, de expiação e
478
de satisfação ao sacrifício
de Cristo. Ele nos conheceu a todos e amou na oferenda de sua vida
.
“A caridade de Cristo nos compele quando consideramos que um só morreu por todos
e que, por conseguinte, todos morreram" (2 Cor 5,14). Nenhum homem, ainda que o
mais santo, tinha condições de tomar sobre si os pecados de todos os homens e de
se
468 oferecer em sacrifício por todos. A existência em Cristo da Pessoa Divina do Filho, que supera e, ao mesmo tempo, abraça todas as pessoas humanas, e que o constitui Cabeça
519 de toda a humanidade, torna possível seu sacrifício redentor por todos.
617 "Sua sanctissima passione in ligno crucis nobis iustificationem meruit - Por sua
1992,1235 santíssima Paixão no madeiro da cruz mereceu-nos a justificação", ensina o Concílio de
Trento
,
sublinhando o caráter único do sacrifício de
Cristo como "princípio de
salvação eterna
".
E a Igreja venera a Cruz, cantando: crux, ave, spes única - Salve, ó
Cruz, única
esperança ".
NOSSA PARTICIPAÇÃO NO SACRIFÍCIO DE CRISTO
618
A Cruz é o único sacrifício de Cristo, "único mediador entre
Deus e os homens
".
Mas pelo fato de que, em sua Pessoa Divina encarnada, "de certo modo uniu a si
mesmo todos os homens
",
"oferece a todos os homens, de uma forma que Deus conhece, a
1368,1460
possibilidade de serem associados ao Mistério Pascal
".
Chama seus discípulos a "tomar sua cruz e a segui-lo
",
pois "sofreu por nós, deixou-nos um exemplo, a fim de
307,2100
que sigamos seus passos
".
Quer associar a seu sacrifício redentor aqueles mesmos
964
que são os primeiros
beneficiários dele
.
Isto realiza-se de maneira suprema em sua Mãe, associada mais intimamente do que
qualquer outro ao mistério de seu sofrimento redentor
:
Fora da Cruz não existe outra escada por
onde subir ao céu
.
RESUMINDO
619 "Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras" (1Cor 15,3).
620 Nossa salvação deriva da iniciativa de amor de Deus para conosco, pois “foi Ele quem nos amou e enviou seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados" (1Jo 4,10). "Foi Deus que em Cristo reconciliou o mundo consigo" (2 Cor 5,19).
621 Jesus ofereceu-se livremente por nossa salvação. Este, dom, ele o significa e o realiza por antecipação durante a Última Ceia: "Isto é meu corpo, que será dado por vós" (Lc 22,19).
622
Nisto consiste a redenção de Cristo: ele "veio dar a sua vida
em resgate por muitos" (Mt 20,28), isto é, "amar os seus até o fim" (Jo 13,1),
para que sejais "libertados da vida fútil que herdastes de vossos pais
".
623
Por sua obediência de amor ao Pai, "até a morte de cruz" (Fl
2,8), Jesus realizou sua missão expiadora
do
Servo Sofredor que “justificará a muitos e levar sobre si as suas
transgressões
".
PARÁGRAFO 3
JESUS CRISTO FOI SEPULTADO
624 "Pela graça de Deus, Ele provou a morte em favor de todos os homens" (Hb 2,9). Em seu projeto de salvação, Deus dispôs que seu Filho não somente "morresse por nossos
362,1005
pecados" (1Cor 15,3), mas também que "provasse a morte", isto é, conhecesse o
estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o
tempo compreendido entre o momento em que expirou na cruz e o momento em que
ressuscitou. Este estado do Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida
aos Infernos. É o mistério do Sábado Santo, que o Cristo depositado no túmulo
F
manifesta
o grande
343
descanso sabático de Deus
depois
da realização
da
salvação dos homens, que confere paz ao universo inteiro
.
CRISTO COM SEU CORPO NA SEPULTURA
625 A permanência de Cristo no túmulo constitui o vínculo real entre o estado passível de Cristo antes da Páscoa e seu atual estado glorioso de Ressuscitado. E a mesma pessoa do "Vivente" que pode dizer: "Estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos" (Ap 1,18).
Deus [o Filho] não impediu a
morte de separar a alma do corpo segundo a ordem necessária à natureza, mas os
reuniu novamente um ao outro pela Ressurreição, a fim de ser ele mesmo em sua
pessoa o ponto de encontro da morte e da vida, sustando nele a decomposição da
natureza, produzida pela morte, e tomando-se ele mesmo princípio de reunião para
as partes separadas
.
626
Visto que o "Príncipe da vida" que mataram
é
o mesmo "Vivente que
ressuscitou
470,650 " é preciso que a Pessoa Divina do Filho de Deus tenha continuado a assumir sua alma e seu corpo separados entre si pela morte:
Pelo fato de que na morte de Cristo a alma tenha sido separada da carne, a única pessoa não foi
dividida em duas pessoas, pois o corpo e a alma de Cristo existiram da mesma forma desde o início
na pessoa do Verbo; e na Morte, embora separados um do outro, ficaram cada um com a mesma e
única pessoa do Verbo
.
"NÃO DEIXARÁS TEU SANTO VER A CORRUPÇÃO"
627 A Morte de Cristo foi uma Morte verdadeira enquanto pôs fim à sua existência
1009 humana terrestre. Mas, devido à união que a pessoa do Filho manteve com o seu corpo,
1683
não estamos diante de um cadáver como os outros, porque "não era possível
que a morte o retivesse em seu poder" (At 2,24) e porque "a virtude divina
preservou o corpo de Cristo da corrupção
".
Sobre Cristo pode-se dizer ao mesmo tempo: "Ele foi eliminado da terra dos
vivos" (Is 53,8) e "Minha carne repousará na esperança, porque não abandonarás
minha alma no Hades, nem permitirás que teu Santo veja a corrupção" (At 2,26-27
).
A Ressurreição de Jesus "no terceiro dia" (1 Cor 15,4; Lc 24,46
)
foi a prova disso, pois se pensava que a corrupção se manifestaria a partir do
quarto dia
.
"SEPULTADOS COM CRISTO...
628 O Batismo, cujo sinal original e pleno é a imersão, significa eficazmente a descida ao
537,1215
túmulo do cristão que morre para o pecado com Cristo em vista de uma vida nova:
"Pelo Batismo nós fomos sepultados com Cristo na morte, a fim de que, como
Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós
vivamos vida nova" (Rm 6,4
).
RESUMINDO
629
Em benefício de todo homem, Jesus experimentou a morte
.
Foi verdadeiramente o Filho de Deus feito homem que morreu e que foi sepultado.
630
Durante a permanência de Cristo no
túmulo, sua Pessoa Divina continuou a assumir tanto a sua alma como o seu corpo,
embora separados entre si pela morte. Por isso o corpo Cristo morto "não viu a
corrupção" (At 2,27).