"Maldito aquele que faz com negligência a obra do Senhor!"(Jr 48,10).
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O Ferreiro
Era uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos, resolveu entregar
a sua alma a Deus. Durante muitos anos trabalhou com afinco praticou a
caridade, mas, apesar de toda a sua dedicação, nada parecia dar certo na sua
vida. Muito pelo contrário seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez mais.
Uma tarde, um amigo que o
visitara e que se compadecia de sua situação difícil, comentou: É realmente estranho... Depois
que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a piorar.
Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas apesar de toda a sua crença no mundo
espiritual, nada tem melhorado. O ferreiro não respondeu
imediatamente. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que
acontecia em sua vida.
Entretanto, como não queria
deixar o amigo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando, como quem
não queria a explicação que procurava. Eis o que disse o ferreiro: Eu recebo nesta oficina o aço
ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espada. Você sabe como isto é
feito?
- Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que fique
vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e
aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada. Logo é mergulhada num
balde de água fria e a oficina se enche com o barulho do vapor enquanto a peça
estala e grita por causa da mudança de temperatura. Tenho que repetir esse
processo até conseguir a espada perfeita: uma vez apenas não é suficiente.
O ferreiro deu uma longa pausa,
acendeu um cigarro e continuou:
- Às vezes o aço que chega até
minhas mãos não consegue agüentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a
água fria termina por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se
transformará numa boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente a coloco num
monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha ferraria.
Mais uma pausa e o ferreiro
continuou:
- Sei que Deus está me colocando
no fogo das aflições. Tenho aceito as marteladas que a vida me dá e às vezes
sinto-me tão frio, insensível como a água que faz
sofrer o aço. Mas a única coisa que peço é:
Meu Deus, não desista, até que
eu consiga a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar
melhor, pelo tempo que quiser, mas jamais me coloque no monte de ferro-velho
das almas.
Que possamos ter a mesma
sabedoria e humildade do ferreiro...